A voz de Lenine ecoava pelo carnaval: ”Quanta ladeira, Olinda, quanta ladeira...” E lá se foi Candinha, em disparada, abrindo caminho por entre os foliões, numa velocidade insuspeita para aquele corpo roliço e sua pequena estatura (1,53m). Desesperada, pelas ladeiras de Olinda, com as mãos na cabeça, gritando:"É chapinha!!! É chapinha!!!" Com meia dúzia de meninos, munidos de espingardas de água, em seu encalço, como índios querendo escalpo em filme de faroeste. Seu inseparável salto alto não a ajudava em nada, nem sua única esperança de socorro, Paulo, seu novo namoradinho, que rolava ladeira abaixo de tanto rir. Encurralada, o banho foi inevitável... A música soava jocosa em seus ouvidos: “Quanta lameira, Candinha, quanta lameira...” Assim como a chapinha, o novo e promissor namoro não resistiu a tão sério abalo causado pelo banho público.
PS: essa crônica é dedicada a Candinha, mão de playmobil. Baseada em um fato real.